domingo, 25 de março de 2012

É POSSÍVEL MUDAR OS SENTIMENTOS?




Por 

 - Maria Lúcia Pellizzaro .


Nós, na busca diária de identificar com maior clareza nossas deficiências para que possamos transpor os obstáculos que estão colocados diante das nossas aspirações, acreditamos, muitas vezes, já ter conseguido ultrapassá-los, mas nem sempre isso acontece num nível de consciência mais profundo para que o obstáculo não se interponha novamente na nossa jornada de evolução.



Quantas repetições viciadas acontecem na nossa vida, embora, em muitos casos, já tenhamos a percepção de algumas das nossas tendências que permanecem desviadas daquilo que fundamentalmente gostaríamos de ser... Muitas vezes nos pegamos num disfarce grosseiro, tentando justificar atitudes que ainda nos surpreendem, pois, anteriormente, nós mesmos havíamos feito um acordo de não repeti-las, num desejo sincero de transformação de comportamentos que não mais pertencem ao nosso propósito de crescimento.

Um fator limitador desse anseio de novas posturas diante dos mesmos fatos é o desvio do nosso olhar daquelas imperfeições que nos envergonham e das quais entendemos que já deveríamos estar livres.

Evoluir significa muito mais do que atender a uma necessidade pessoal de ser admirado e reconhecido pelos outros como um ser superior. Mascarar nossas dificuldades e lustrar apenas nossas habilidades nos deixa parados num estágio que vai sendo engolido pela própria dinâmica da vida. O que fica parado, na verdade, fica para trás, pois o movimento para frente é contínuo, ininterrupto.

Crescer não é se contentar apenas com o seu lado avançado de ser, mas também ter a coragem de buscar nos esconderijos mais profundos e resguardados do seu inconsciente, as causas subterrâneas da sua dificuldade de sustentar um comportamento saudável. Os sentimentos nos movem à ação e jamais ficam subjugados a um poder mental controlador. Eles emergem com toda a intensidade de sua essência e se manifestam com fidelidade diante de situações que pensávamos dominar com serenidade.

Então a mudança precisa partir de um ponto mais interno, para que possa ser real e passe a fazer parte da nossa natureza, do nosso agir espontâneo, sem que precisemos trair a nossa esperança de sermos a cada dia um ser humano melhor.

Mas para mudarmos nossos sentimentos é preciso reconhecê-los verdadeiramente, é preciso aceitarmos aquilo que temos de imperfeito, aquilo que está em desacordo com as leis naturais, aquilo que não pode ser unificado à Verdade.

E depois desse reconhecimento, depois da constatação dessas partes ainda atrasadas da nossa personalidade, depois de aceitar que nossas atitudes ainda precisam de muita lapidação, devemos encontrar os verdadeiros motivos que ainda as prendem a nós.

Quais as motivações que nos levam a agir de uma maneira desconfortável? Onde estamos agarrados na nossa história de vida para ficarmos dependentes de sentimentos de rancor, de mágoa, de vingança, de desesperança? Como poderemos re-significar hoje, determinados acontecimentos do passado para que o sentimento também possa ser transformado?

Podemos tentar uma cura pessoal através da nossa capacidade de reflexão adulta, com base na humildade, que nos permite aceitar que todos temos dificuldades e que todas as nossas ações podem ser trabalhadas para que sejam cada vez mais puras e alinhadas com níveis superiores de consciência.

Talvez esse caminho de purificação seja longo, pois ele começa com a cura das “causas” e estas podem ser muito antigas, mas cada passo traz uma recompensa suficiente para que possamos nos sentir cada vez mais aliviados.

Procure investigar com simplicidade, mas de forma profunda, tudo aquilo que o incomoda, procure limpar o seu passado com a compreensão que só o amor possui. 

Os sentimentos mudam quando você tem a coragem de se abrir a novas possibilidades, a novas percepções, quando você tem a coragem de se encarar, de se aceitar e de entender que você é parte de uma natureza perfeita e mesmo com suas deformações aparentes está em constante estado de evolução. 

Em resumo, você precisa saber a razão desses sentimentos. Volte aos fatos que os despertaram e procure compreendê-los de uma forma mais ampla, entendendo que cada um de nós está num determinado ponto de evolução e o melhor de cada um pode não ser exatamente o que você espera dele. Dessa forma vai descobrir uma outra intenção por trás dos fatos e poderá extrair desses acontecimentos um aprendizado importante que mudará também seus sentimentos. 

É preciso limpar o coração e isso só pode acontecer se você tiver a humildade de sentir o outro também na sua razão, na sua condição de crescimento e na sua intenção. Nossos julgamentos são perversos e acabam destruindo o que poderia ser um avanço para a humanidade. 

Lembre-se: o mal é aparente, pois dentro dele está a mensagem do Bem!


sexta-feira, 16 de março de 2012

Os Nove Passos do Perdão



O perdão pode ser considerado simplesmente em termos dos sentimentos da pessoa que perdoa, ou em termos do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada. É normalmente concedido sem qualquer expectativa de compensação, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento (por exemplo, uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está morta ou que não se vê há muito tempo). Em outros casos, o perdão pode vir através da oferta de alguma forma de desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de perdão, dirigido ao ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar.


O perdão é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras.


OS NOVE PASSOS PARA AJUDAR VOCÊ A PERDOAR

1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.

2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão.

3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.

4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.

5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo.

6. Desista de esperar de outras pessoas ou de sua vida, coisas que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essas coisas aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer.

7. Coloque sua energia em tentar alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.

8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.

9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolhas heróicas que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.


                                        SEJA FELIZ